Este texto é uma tradução livre do artigo “How to Safely Resume Dancing After Recovering from COVID-19” publicado pela Revista Dance Magazine que pode ser lido AQUI
A gente sabe que a medicina tem corrido contra o tempo para entender mais sobre como o COVID atua no organismo das pessoas e quais as maneiras de tentar amenizar os sintomas e prejuízos causados por ele.
E pensando em bailarinos, o maior prejuízo que o COVID poderia causar, seria a perda da capacidade cardiorrespiratória, que já é defasada.
Diante disso, como voltar a dançar?
1- Descanso: Apesar de respeitar o período de 15 dias de quarentena para a recuperação, ainda sim é recomendado que “o bailarino que contraiu de modo assintomático, retorne as atividades de forma leve por pelo menos mais 15 dias”, disse Eugene Chung, MD, diretor da Clínica de Cardiologia Esportiva do Michigan Medicine Frankel Cardiovascular Center.
E para aqueles que sentiram mais os efeitos do vírus, a Diretoria de Medicina da Dança da Universidade de Columbia recomenda que é preciso ter certeza na redução dos sintomas para retornar. E completa “Você tem que pensar no COVID como uma lesão. Antes de voltar aos treinos, certifique-se de que consegue fazer as atividades da vida diária. Você consegue subir as escadas? Se não aguentar isso, não está pronto para voltar para dança ".
2- Retorno: retorne de modo gradativo. Comece com atividades leves por pouco tempo. Algo em torno de 70% da frequência cardíaca máxima. Conforme for sentindo confiança e melhora respiratória, aumente o tempo da atividade. Quando perceber que já consegue executar cerca de 45 minutos de atividade, já é possível testar a inclusão de treinos de força e certifique de deixar as sessões de treino bem espaçadas para que haja recuperação completa.
3- Sequelas: os doutores explicam que pessoas que contraíram o COVID parecem ter uma condição chamada miocardite – inflamação do musculo cardíaco, que varia de grau de intensidade. E baseado nisso, ainda não é possível entender quais as reais sequelas que essa miocardite pode causar no bailarino. E diante disso, é recomendado que haja cautela e atenção, pois com essa condição de inflamação unida ao estresse gerado pelo exercício físico, pode causar arritmias. Recomenda-se que mesmo após a recuperação, os bailarinos fiquem atentos também aos sintomas pulmonares como falta de ar e desconforto no peito.
4- Vá com calma: assim como num período de férias, o repouso forçado pela contração do vírus, traz consequências ao seu condicionamento geral. Então muita atenção no retorno inclusive para a incidência de lesões, ou seja, tenha cautela nos exercícios que você sabe que estava com alguns desconfortos. Porque com o repouso, os sintomas diminuem, mas a possível lesão ou contratura continua ali.
Em suma, os médicos recomendam que acima de qualquer coisa, o bailarino precisa ouvir o seu corpo e entender o que ele precisa. Respeitar o descanso e ir sentindo com cautela as evoluções diante da perda que o vírus causou no seu organismo.
Ass: Tamires Reis
Profissional de Educação Física - Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
CREF: 154495- G/SP / DRT: 34.021
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