Existe essa certa confusão entre quem acha que ficar dolorido é sinal de exagero e de quem acha que uma boa aula é só aquela que destrói... Porém existe uma diferença entre dor pós treino e trabalho muscular de fato. Quando você é iniciante nos treinos ou quando vc ficou muito tempo parado nas aulas, é comum sentir o que a gente chama de dor muscular tardia, pois o seu musculo está entendendo que algum estimulo diferente aconteceu. Porém, esse processo é passageiro, porque uma coisa é sentir a dor muscular pelo estímulo novo, outra coisa é sentir a musculatura trabalhando durante o treino (aquela queimação) e outra coisa é sentir dor eterna em todos os treinos, aulas, vida, descanso e etc. Claro que existem alguns dias que sentimos mais dores do que outros, mas isso não deve ser uma obrigação do tipo "tenho que sair daqui sendo carregada" até porque se vc já estabelece uma boa rotina de treinos e ensaios, a dor tardia não acontece da mesma maneira que antes e TÁ TUDO BEM. Então, estabelecer intensidade baseada na dor muscular é um pouco perigoso, porque você pode exagerar na dose e ao invés de aumentar o rendimento, você vai perder o rendimento pelo cansaço e falta de recuperação adequada. Por isso, eu sempre uso nos treinos dos meus alunos a chamada PSE (Percepção Subjetiva de Esforço) baseada na escala da Borg (que é uma escala de 0 a 10) em que os alunos me relatam o quanto o treino foi pesado ou não pra poder ajustar de acordo com as aulas e ensaios de ballet e jazz. Com esses dados, eu consigo acompanhar a evolução do treino e tbm consigo perceber o quanto esse esforço está sendo positivo ou negativo nas aulas. Legal né?? E o mais legal é que meus alunos também deixam recadinhos no aplicativo dos treinos!
Ass: Tamires Reis
Profissional de Educação Física - Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
CREF: 154495- G/SP / DRT: 34.021