Desde quando fiz o meu TCC sobre índices de fadiga em bailarinos, venho acompanhando o avanço nas pesquisas sobre dança, principalmente no nível de performance e saúde.
É muito bom perceber que é um campo que tem crescido bastante, e que os bailarinos e professores brasileiros estão se empenhando para entender, desenvolver e aprimorar a prática visando a saúde física e carreira do bailarino.
Porém, a grande dificuldade que observo quanto pesquisadora e (até certo ponto) cientista, é que ainda existe um grande problema de acesso aos próprios bailarinos...
Acompanhei e acompanho vários estudos, bem como gosto de participar de pesquisas contribuindo tanto como ferramenta experimental quando “espectadora” dos artigos procurando trazer a aplicabilidade no meu trabalho, mas vejo que muitas das pesquisas acabam sempre trazendo questões como:
- Existem poucas pesquisas desenvolvidas na área;
- O pesquisador não conseguiu estabelecer contato prolongado com a cia de dança;
Ou como foi o meu caso:
- O pesquisador não conseguiu coletar as informações da pesquisa, seja por conta da falta de acesso as cias, bem como a falta de N (pessoas) dispostas a responder a pesquisa ou pior, a quantidade de cias profissionais no Brasil.
Então me pego pensando no quanto as próprias cias possuem certa resistência a ciência, impedindo a mesma a evoluir dificultando o acesso dos pesquisadores.
A ciência se constrói com os relatos, percepções e analises de quem VIVE esse meio, e não só com leituras e revisões bibliográficas de obras de mais de 20 anos.
Então queria deixar registrado meu apelo as cias de dança, de que, se for solicitada o acompanhamento através de pesquisa, que abra suas portas e converse para que a intervenção seja efetiva, porque somente com a pesquisa de campo que conseguiremos analisar o que os bailarinos precisam.
Ass: Tamires Reis
Profissional de Educação Física - Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
CREF: 154495- G/SP / DRT: 34.021
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