Sabe aquele seu amigo que não faz força nenhuma e coloca a perna na outra orelha? Provavelmente, esse seu amigo ET deve ter hipermobilidade, ou seja, articulações e ligamentos mais “soltos” que o habitual.
Apesar do nome estranho, não é uma doença e não tem cura, mas esses seres precisam ter um cuidado um pouco diferente do habitual.
Alinhamento – Nosso corpo possui uma cadeira de ligamentos que seguram nossos ossos e musculaturas, então é preciso que essas articulações possuam um alinhamento interessante dentro das aulas, como por exemplo, alinhamento correto entre joelho e ponta dos dedos dos pés e quadris e cos
tas. Fique atento a essas posturas enquanto alonga.
Não vá pela facilidade – Quem é hipermóvel tem mais facilidade em atingir posições de alongamento desejado por nós meros mortais, porém o grande erro é realizar os movimentos apenas pela facilidade e esquecendo da ativação muscular e proteção articular. Procure entender o caminho e usar a força muscular em conjunto com o alinhamento.
Equilibre flexibilidade com força – Hipermóveis precisam entender a relação entre flexibilidade apurada e falta de estabilidade entre algumas posições. Podemos encontrar muitos hipermóveis que só de levantar o braço, acabam deslocando o ombro, não é mesmo? Por isso é tão importante realizar o trabalho de fortalecimento muscular para não cair na frouxidão ligamentar.
Não vá além do necessário – Não é em todo momento que você precisa colocar o arabesque no coque, procure entender o caminho muscular do movimento ao invés de simplesmente chutar a perna.
Dê espaço – O ato de alongar uma musculatura é muito mais sobre ganhar amplitude de movimento do que simplesmente empurrar a articulação ao seu máximo. Pense num tendu. Um tendu alongado é diferente do que um tendu com joelho hiperextendido, certo?
Sempre há o que melhorar – D
epois de alinhar direitinho, entender onde e como funciona sua musculatura, pode ter certeza que seu alongamento e suas linhas irão melhorar cada vez mais.
Tá, mas o que fazer?
Quando temos casos de hipermobilidade na dança, tanto o professor quanto o aluno, precisa entender que a extensão completa do movimento é lesiva, porque pensa que você, quando estica não esta SÓ esticando, mas sim, esta "forçando a articulação" como visto na imagem.
Então estes bailarinos precisam fazer um trabalho complementar de fortalecimento para que, ao realizar os movimentos, a articulação tenha como se fosse uma "capa muscular protetora" para que você não force a articulação para um estado que possa luxar ou estirar. Ou seja, musculação (ou treino de força) faz uma especie de freio no movimento completo para que você estique apenas o necessário para uma melhor funcionalidade da articulação.
Ass: Tamires Reis
Profissional de Educação Física - Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
CREF: 154495- G/SP / DRT: 34.021
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