Um estudo fresquíssimo chamado “Examination of the cumulative risk assessment and nutritional profiles among college ballet dancers” feito em fevereiro de 2023 avaliou os riscos que bailarinas especificamente, tem de ter a chamada Tríade da Mulher Atleta.
A tríade consiste em 3 disfunções: disfunção menstrual (algumas nem menstruam), baixa densidade mineral óssea (algo como “ossos fracos”) e baixa disponibilidade de energia com ou sem transtorno alimentar.
E dentro da avaliação nutricional realizada, foi diagnosticado que 96% das meninas (gente, são 96%, vcs tem noção??) tinham baixo teor de carboidratos, baixo teor de proteínas, baixo teor de gordura, EXCESSO de gordura saturada, baixo teor de vitamina D e baixo teor de cálcio.
E conhecendo os bailarinos como eu conheço, eu tenho certeza que isso acontece por conta da cobrança pela magreza estética aliada com alimentação vinda da cabeça da própria bailarina.
Conheço bailarina que come além de pouca comida em relação a volume, come só salada e evita carboidrato “porque engorda”, só que isso, além de refletir diretamente no desempenho – já que baixo teor de proteína e cálcio auxiliam num péssimo desenvolvimento muscular e ósseo-, interfere na saúde como um todo, se tratando principalmente do primeiro período menstrual da menina.
Uma menina que não menstrua ou tem disfunção hormonal, gera uma cadeia de problemas de saúde que no final das contas afeta completamente o mental bem num momento crucial da carreira da menina que está se profissionalizando.
Então meninas, se você sente que tem dificuldades com sua rotina, busque ajuda profissional, vá a um ginecologista, porque problemas hormonais geram uma reação em cadeia que afeta diretamente na sua técnica, porque um corpo pobre de nutrientes, não tem capacidade nenhuma de criar força, resistência e flexibilidade de forma saudável pra você evoluir na dança.
Ass: Tamires Reis
Profissional de Educação Física - Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
CREF: 154495- G/SP / DRT: 34.021
Comments