A dor precisa acompanhar o bailarino ao longo da vida toda?

Infelizmente, ainda existe essa crença de que a dor na dança é algo comum e que uma hora todo mundo vai precisar sentir, já que todos os grandes bailarinos colecionam cirurgias e lesões.

E um estudo alemão de 2018, evidencia essa crença quando analisa bailarinos amadores e professores de ballet em relação a sua prevalência, localização corporal e evolução ao longo do tempo.

O estudo chamado “Musculoskeletal Pain in Dance: Prevalence, Localisation and Development Over Time in Amateur Dancers and Professional Dance Teachers” analisou mais de 300 bailarinos a fim de entender o percurso das dores na carreira e 70% dos entrevistados relataram dores nos últimos 3 a 12 meses, principalmente na região lombar e joelho.

Só que o curioso desse estudo é que foi percebido que essas dores (principalmente nos professores de ballet) duram mais de 6 meses e que ocorrem com muita frequência, ou seja, o que seria uma dor aguda num primeiro momento, por falta de cuidado tornou-se uma dor crônica que afeta não só a região, mas tbm todo o sistema musculoesquelético.

Isso mostra que as lesões podem estar acontecendo por conta de uso excessivo ou mau uso da musculatura, que me faz refletir que é de extrema importância desde o período de formação, que os bailarinos esqueçam os aspectos de que a dor faz parte do trabalho e comecem a cuidar desses desconfortos de aula para que não desenvolvam as dores crônicas que vão te atrapalhar pelo resto da carreira.

Para isso é tão importante o acompanhamento profissional na prevenção e fortalecimento corporal para que isso não se torne mais um dado estatístico na vida do bailarino.

Dor pode ser comum, mas ela nunca pode ser vista como algo normal pro resto da vida! Seja uma #bailarinaquetreina

Ass: Tamires Reis

Profissional de Educação Física - Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

CREF: 154495- G/SP / DRT: 34.021