Apesar do pensamento de que bailarinos mais novos tem mais facilidade de recuperação e tem mais energia, é preciso ter cautela com o trabalho com eles visto que segundo o estudo chamado “The evaluation of strength, flexibility and functional performance in the adolescente ballet dancer during intensive training”, os adolescentes podem ter maior propensão a lesões que podem ser carregadas ao longo da sua carreira na dança.
Não existe uma causa clara, mas o estudo diz que essa propensão pode ocorrer por conta de alterações biomecânicas relacionadas ao excesso de aulas nessa fase e/ou pelo próprio processo de crescimento, já que uma menina pré menarca tem um tipo de corpo que após a primeira menstruação, pode alterar fazendo com que ela precise reconhecer esse novo corpo, essa nova técnica.
Para analisar essa hipótese, foram realizados alguns testes nestes adolescentes a fim de avaliar mudanças de força, flex e desempenho funcional durante um programa estilo Summer.
E foi detectado que após o summer, muitos aspectos técnicos melhoraram como o alinhamento dos pliés e passes, mas houve diminuição da amplitude de movimento dos membros inferiores.
O estudo acaba concluindo que seriam necessárias mais pesquisas sobre o assunto, mas baseado no que analiso dos meus alunos e no que já vivi dentro da dança, os summers auxiliam na técnica clássica, mas oferecem um volume de treinamento muito grande que se não for acompanhado de um período ótimo de recuperação, podem desencadear lesões logo no começo do ano letivo.
Pensando nisso, um programa de fortalecimento se faz necessário para equilibrar forças e proteger articulações que sofrem grande impacto nesses cursos.
Ass: Tamires Reis
Profissional de Educação Física - Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
CREF: 154495- G/SP / DRT: 34.021
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