Crescemos ouvindo que é preciso ensaiar 1365465 vezes para que você fique seguro no palco.
Até entendo que precisamos praticar pra se sentir confiante, mas quando pensamos em competições, ou naquelas pessoas que ensaiam a mesma variação por um ano inteiro.
É importante trabalhar os movimentos com maiores dificuldades, mas existem formas mais gostosas de se trabalhar as coisas de uma coreografia.
Li esses dias uma matéria na Dance Magazine em que o professor Claudio Munoz do Houston Ballet diz que quando vai trabalhar variações com seus alunos, ele não apenas passa e repassa a coreografia.
Ele diz que ensina as variações dividindo-as com começo meio e fim, trabalhando separadamente as partes de cada coreografia antes de passar um corridão. Além disso, na matéria, eles reforçam que muitas vezes, o fato de ensaiar demais, pode tirar o brilho do palco, já que fica algo tão mecânico e reproduzível que você perde o encanto do personagem.
Outra passagem interessante da matéria, é quando Dmitri Kulev completa dizendo que um bom ensaio começa na aula, para que você não precise ficar perdendo tempo ensaiando como colocar o passé no lugar para os giros. E que cada semana, ele coloca um foco diferente no trabalho para que haja maior absorção e também recuperação física e emocional.
“Uma semana vamos trabalhar na parte superior do corpo, na próxima nos passos de transição, depois na técnica e depois juntamos tudo” – diz Kulev.
É algo tão simples mas que pode mudar rumos em relação a expressão artística do bailarino, em relação ao desenvolvimento de lesões por esforço repetitivo e também na sua relação de amor e prazer ao dançar, porque trabalhando de uma forma eficiente e leve, o bailarino pode se desenvolver com maior velocidade e principalmente com saúde mental e física.
Ass: Tamires Reis
Profissional de Educação Física - Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
CREF: 154495- G/SP / DRT: 34.021
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