Uma vez eu li que deveria existir um “programa para reduzir os danos e lesões de bailarinos”. Entretanto a proposta não foge da preparação física que consiste em trabalhar capacidades como força, potência, flexibilidade, agilidade, resistência cardiorrespiratória e equilíbrio. Entretanto, esse tipo de organização é realizado por um Profissional de Educação Física, pois ele que monta treinos que melhoram as capacidades citadas de forma que o gesto específico – ou seja, o ballet, seja melhor trabalhado. Até porque existem algumas musculaturas que o bailarino acaba não trabalhando em sala de aula, então é necessário fazer o que a gente chama de MANUTENÇÃO. Porém, é muito comum ver que os próprios bailarinos fornecendo treinos e preparações baseadas na sua experiencia e vivência. Não é problema INSPIRAR outros corpos mostrando o que funcionou no seu, mas é altamente arriscado oferecer essas aulas sem um conhecimento prévio. Até porque dentro de uma única modalidade, existem formas diferentes de realizar o trabalho, como é o exemplo dos corredores: temos os corredores fundistas (aqueles que fazem corridas mais LONGAS) e velocistas (aqueles que fazem corridas curtas, porém mais INTENSAS). E para isso, é preciso entender o funcionamento do corpo e principalmente entender os músculos que NÃO são trabalhados. E para isso é preciso um mínimo conhecimento mínimo e prévio de anatomia, cinesiologia, biomecânica e fisiologia do EXERCÍCIO. E são poucos os bailarinos que possuem essa formação prévia, não é mesmo? Então antes de buscar aulas de condicionamento físico que prometem a melhora da performance, certifique-se da formação do professor e também se certifique de que o professor entende como funciona o seu corpo dentro do ballet. E sei o quanto este post pode soar como polemico, porém queria instruir vocês de que não é uma crítica quanto ao trabalho de outros bailarinos, mas sim informar que isso pode ser caracterizado por exercício ilegal da profissão pela Lei nº 9.696/1198 do CONFEF.
As aulas de preparação física em grupo auxiliam em dois aspectos: 1- Motivação: porque você tem seu colega do lado apoiando. 2- Custo benefício: porque você tem um serviço bom, com custo menor do que de uma aula individual. Entretanto, com aulas em grupo, a atenção do professor se encontrará mais dividida. Além do mais, em aulas coletivas, o professor precisa pensar em estratégias que abrangem todos os alunos envolvidos, já que colocar movimentos que alguns alunos fazem, mas outros não, além de desmotivar, também pode gerar desconfortos já que o tempo para corrigir os movimentos estará menor em função da atenção dividida. Mas isso também não quer dizer que você não conseguirá os resultados que deseja, até porque toda atividade complementar bem orientada por profissionais de saúde são fundamentais na saúde do bailarino. Então com certeza você terá ganhos expressivos na sua aula. Aulas coletivas tem o poder de gerar um compromisso maior por conta da turma se envolver, por conta do apoio dos colegas (sempre tem aquele que grita “bora galera”) e isso ajuda mais porque quanto mais motivado, mais você consegue se dedicar e consequentemente, consegue colher resultados incríveis. Só que é aquilo né... Quando você tem a atenção completa do seu professor/personal é mais fácil e mais “rápido” ter resultados que deseja porque ele estará a todo momento olhando seus movimentos e acompanhando de perto o desempenho. Então, ambas são válidas e vai da sua disponibilidade e vontade também. Tem pessoas que funcionam melhor sozinhas e tem outras que funcionam melhor em grupo. Não tem certo e errado, o importante é ser uma #bailarinaquetreina
Profissional de Educação Física - Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
CREF: 154495- G/SP / DRT: 34.021
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