Eu tava lendo esse artigo e queria traduzir da melhor forma pra vocês, mas as palavras dos mestres Emily Twitchet, Yiannis Koutedakis e Matthew Wyon são tão bem colocadas, que só irei trazer a tradução livre do artigo intitulado “Physiological fitness and professional classical ballet performance: a brief review” realizado em 2009.
O resumo do artigo diz:
“Embora o balé clássico seja uma expressão artística através do uso do corpo, há uma oportunidade real de melhorar e estender a carreira do bailarino simplesmente aplicando os princípios da ciência do esporte ao treinamento e desempenho da dança.
A formação em dança é um longo processo de preparação física, intelectual e psicológica, por meio do exercício físico, muitas vezes começando na infância e continuando até a aposentadoria.
Os programas de fitness, complementares às aulas de dança tradicional, só recentemente foram considerados como parte deste processo; pode-se sugerir que esse treinamento cruzado foi geralmente evitado até agora por causa da tradição e da relutância em seguir os princípios associados ao esporte.
O treinamento, o ensaio e o desempenho do balé clássico não provocam estímulos significativos para resultar em aumento dos níveis de aptidão aeróbica. Portanto, os bailarinos muitas vezes demonstram baixos níveis de aptidão aeróbica, embora seja necessária uma forte base aeróbica para atender à carga de trabalho exigida.
Os bailarinos têm maior amplitude de movimento e força na articulação do quadril, mas fraquezas na parte superior do corpo, tronco, isquiotibiais e quadríceps. No passado, os bailarinos desconfiavam do treinamento de força porque percebiam que isso levava a uma hipertrofia esteticamente indesejável.
Os bailarinos também têm baixo peso corporal e baixa porcentagem de gordura corporal. Dado que o treinamento não oferece a oportunidade de gastar energia suficiente para manter essas demandas estéticas, essa demanda estética pode ser atendida pela restrição calórica, o que pode levar ao aumento do risco de lesão subsequente.
Foi levantada a hipótese de que um corpo "adequado ao propósito" pode ajudar a melhorar o desempenho, reduzir o risco de lesões, e garantir carreiras de dança prolongadas.”
Eu nem sei como terminar esse post, apenas aplaudir e desejar que a dança entenda de uma vez por todas o que estes cientistas vem falando desde 2009.
Ass: Tamires Reis
Profissional de Educação Física - Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
CREF: 154495- G/SP / DRT: 34.021
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