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  • Foto do escritorTamires Reis

A cultura da “resistência a dor” na dança.


Bailarino fala que não curte academia, mas é maluco por um “no pain no gain” quando posta fotos dos pés esfolados ou quando sai mancando da aula.


Mas você sabia que os bailarinos realmente possuem distorções da sua dor?


O estudo chamado “Pain perceptions, suffering and pain behaviours of professional and pré-professional dancers towards pain and Injury: a qualitative review” fala justamente sobre como os bailarinos tem uma relação distorcida sobre dor que prejudica demais o seu desempenho.


E isso fica muito claro quando você vê sua amiga mancando pós o ensaio da variação e quando você pergunta que tá tudo bem, ela simplesmente responde “imagina, dá pra passar mais uma” quando na verdade, ela já está com um nível altíssimo de fadiga ou já está seriamente lesionada e fica rindo da situação porque “é normal”.


E o estudo fala também que essa autogestão da dor pode dar muito errado por conta da negligencia do próprio corpo (tratamentos errôneos e ignora dos sintomas pra continuar dançando) e percepção tardia do limite corporal que pode levar ao término precoce da carreira na dança.


E isso vem de onde? Da “cultura da resistência” (aquela premissa de que bailarino é atleta da dor), pressão pelo desempenho, preconceito com dor, professores que dizem que “eu aguentei, você precisa aguentar também”.


Então é muito importante que os bailarinos tenham uma figura segura para discutir sobre suas dores, seja um professor mais aberto, o seu personal trainer, psicólogo, médico ou diretor da escola, para que possamos acabar com essa cultura da resistência.


Enfatizando esse espaço de diálogo, os bailarinos ainda desenvolveriam estratégias cognitivas que melhorariam a sua capacidade de lidar com as demandas da carreira e isso reduziria o risco e melhoraria a autogestão de uma lesão.


O que você acha disso?


Ass: Tamires Reis

Profissional de Educação Física - Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

CREF: 154495- G/SP / DRT: 34.021

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